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Somos Comunidades que nasceram acreditando que podemos vivenciar a fé cristã, os valores e ensinos do Reino sem que precisemos ter estrutura física, hierarquia ou pertencermos a uma denominação. Somos cristãos, reformados, cremos em Deus, no Espírito e em seu Filho Jesus. Seguimos a Palavra, pois cremos como sendo inspirada por Deus. Nos reunimos nas casas pois queremos desfrutar de relacionamentos tal qual uma família. Seguimos a Missão Integral e, por isso, nossa mensagem focaliza todo o homem, sem dividi-lo e acreditamos que precisamos ser voz profética na sociedade contra todo tipo de injustiça e desigualdade. E precisamos ser amparo para todos os que vivem excluídos socialmente. Pregamos e vivemos a Graça de Deus, que nos acolhe como somos e nos transforma do que somos. Atualmente temos CCR (Comunidade Cristã Reformada) em São Paulo, São Luis e Recife. Segue nosso endereço: Rua oiticica lins, 761 Areias, recife, PE

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CONFISSÕES DE UM EX-DEPENDENTE DE IGREJA

Paulo Brabo

Outro dia um pastor observou que eu deveria confessar ao leitor impenitente da Bacia, que não tem como concluir isso lendo apenas o que escrevo, que não vou à igreja faz mais de dez anos. Ele dava a entender que essa confissão provocaria uma queda sensível na minha popularidade; percebi imediatamente que ele estava certo, e que mais cedo ou mais tarde teria, para podar os galhos da celebridade (porque a fama é uma espécie de compreensão), deixar de contornar indefinidamente o assunto.
Quanto mais penso na questão, no entanto, mais chego à conclusão que o que tenho de confessar é o contrário, e ao resto do mundo, não aos amigos que convivem com desenvoltura entre termos como gazofilácio, genuflexão, glossolalia e graça irresistível. Devo explicações à gente comum que vê o domingo, incrivelmente, como dia de descanso – dia de ir à praia, de andar de bicicleta no parque, de abraçar os amigos ao redor de um churrasco, de correr atrás de uma bola ou de encontrar a paz diante de uma lata de cerveja e uma tela radiante.
Preciso confessar que durante trinta anos fui consumidor de igreja. Durante trinta anos fui dependente de igreja e trafiquei na sua produção.
Devo confessar o mais grave, que durante esses anos abracei a crença (em nenhum momento abalizada pela Escritura ou pelo bom senso) que identificava a qualidade da minha fé com minha participação nas atividades – ao mesmo tempo inofensivas, bem-intencionadas e auto-centradas – de determinada agremiação. Em retrospecto continuo crendo em mais ou menos tudo que cria naquela época, porém essa crença confortante e peculiar (espiritualidade = participação na igreja institucional) fui obrigado contra a vontade, contra minha inclinação e contra a força do hábito, a abandonar.
Preciso deixar claro que não guardo daqueles anos qualquer rancor; de fato não trago deles nenhuma recordação que não esteja envolta em mantos de nostalgia e carinho. Ao contrário de alguns, não sinto de forma alguma ter sido abusado pela igreja institucional; sinto, ao invés disso, como se tivesse sido eu a abusar dela. Minha impressão clara não é ter sido prejudicado pela igreja, mas de tê-la usado de forma contínua e consistente para satisfazer meus próprios apetites – apetites por segurança, atenção, glória, entretenimento, aceitação.
Se hoje encaro aqueles dias como uma forma de dependência é porque acabei aceitando o fato de que a igreja como é experimentada – o conjunto de coisas, lugares, atividades e expectativas para as quais reservamos o nome genérico de igreja – representam um sistema de consumo como qualquer outro. As pessoas consomem igreja não apenas da forma que um dependente consome cocaína, mas da forma que adolescentes consomem telefones celulares e celebridades consomem atenção – isto é, com candura, com avidez, mas muitas vezes para o seu próprio prejuízo.
Todo sistema de consumo confere alguma legitimação, isto é fornece ao consumidor pequenas seguranças e pequenas premiações que fazem com que ele se sinta bem, sinta-se uma pessoa melhor (ou em condições privilegiadas) por estar desfrutando de um produto ou serviço de que – e isto é importante na lógica interna da coisa – não são todos que desfrutam.
As igrejas institucionais, por mais bem-intencionadas que sejam (e, creia-me, há muito mais gente bem-intencionada envolvida na criação e na sustentação delas do que seria de se supor) funcionam precisamente dessa maneira. Não é a toa que tanto a palavra quanto o conceito propaganda nasceram, historicamente falando, nos salões eclesiásticos. Se hoje há shopping centers e roupas de marca é porque a igreja inventou o conceito de propaganda e de consumo de massa. Foi a igreja a primeira a vender a idéia de que vestir determinada camisa e ser visto em determinada companhia demonstram eficazmente o seu valor como pessoa; foi a primeira a promover a noção simples (mas cujo tremendo poder as corporações acabaram descobrindo) de que o que você consome mostra que tipo de pessoa você é.
As pessoas que consomem igreja não têm em geral qualquer consciência de que estão se dobrando a um sistema de consumo, mas as evidências estão ali para quem quiser ver. A igreja não é um lugar a que se vai ou um grupo de pessoas que se abraça, mas uma marca que se veste, um produto que se consome continuamente. Tudo de bom que costumamos dizer sobre a igreja reflete, secretamente, essa nossa obsessão com o consumo – “o louvor foi uma benção”, “o sermão foi profundo”, “o coro cantou com perfeição”, “a palavra atingiu os corações”, “Deus falou comigo”. Em outra palavras, tudo que temos a dizer sobre a experiência da igreja são slogans. Na qualidade de consumidores, o que fazemos é retroalimentar nossa dependência, promovendo continuamente nosso produto na esperança de angariar mais consumidores e portanto mais legitimação.
O curioso, o verdadeiramente paradoxal, é que nada nesse sistema circular de consumo (ou em qualquer outro) tem qualquer relação com espiritualidade, com fé ou com a herança de Jesus. Ao contrário, sabemos ao certo que Jesus e os apóstolos bateram-se até a morte no esforço de demolir a tendência muito humana de encarcerar (isto é, satisfazer) os anseios emocionais e espirituais das pessoas em sistemas de consumo e legitimação (isto é, sistemas de controle).
O russo Leo Tolstoi acreditava que, diante da suprema singeleza do ensino de Jesus, levantar (e em seu nome!) uma máquina implacável e arbitrária como a igreja equivalia a restaurar o inferno depois que Jesus tornou o inferno obsoleto. De minha parte, vejo a igreja institucional como um refúgio construído por mãos humanas para nos proteger das terríveis liberdades e responsalidades dadas por Deus a cada mortal e que Jesus desempenhou de modo tão espetacular. Por outro lado, talvez esse refúgio seja ele mesmo o inferno.
No fim das contas você não encontrará na igreja nada que não seja inteiramente atraente e desejável, e aqui está grande parte do problema. Vá a um templo evangélico no domingo de manhã e o que vai encontrar é gente amável, respeitável, ordeira, de banho tomado, sorridente, perfumada e usando suas melhores roupas – e é preciso reconhecer que há um público para esse tipo irresistível de companhia. O bom-mocismo reinante é tamanho, na verdade, que não resta praticamente coisa alguma do escândalo inicial do evangelho. Enquanto descansamos nesse abraço comum a verdadeira igreja, onde estiver (e talvez exista apenas no futuro), estará por certo mais próxima do dono do bar, da vendedora de jogo do bicho, do travesti exausto da esquina, do divorciado com seu laptop, dos velhinhos que babam em desamparo e das crianças que alguém deixou para trás. Certamente não usará gravata e não terá orçamento anual nem endereço fixo.
Portanto nada tenho contra aquilo que a igreja diz, que é em muitos sentidos bom e justo, mas não tenho como continuar endossando aquilo que a igreja dá a entender – sua mensagem subliminar, por assim dizer, mas que fala muitas vezes mais alto do que qualquer outra voz. Com o discurso eclesiástico oficial eu poderia conviver indefinidamente (como de fato já fiz), mas seu meio é na verdade sua mensagem, e frequentar uma igreja é dar a entender:
1. Que aquela facção da igreja é de algum modo mais notável, e portanto mais legítima, do que todas as outras;2. Que o modo genuíno de se exercer o cristianismo é estar presente nas reuniões regulares e demais atividades de determinada agremiação, ou seja, que a devoção é uma espécie de prêmio de assiduidade;3. Que o conteúdo da crença é mais importante do que o desafio da fé;4. Que o caminho do afastamento do mundo, segundo o exemplo de João Batista, é mais digno de imitação do que o caminho do envolvimento com o mundo, segundo a vida de Jesus;5. Que o modo de vida baseado na busca circular pela legitimação é mais respeitável do que o das pessoas que conseguem viver sem recorrer a esses refrigérios;6. Que o modo adequado de honrar a herança de Jesus é dançar em celebração ao redor do seu nome, ignorando em grande parte o que ele fez e diz.
Está confirmada, portanto, a ambivalência da minha posição em relação à igreja institucional. Por um lado, sinto falta dos seus confortos; por esse mesmo lado, respeito a inegável riqueza de sua herança cultural, que não gostaria de ver de modo algum apagada. Por outro lado, ressinto-me de que o nome singular de Jesus permaneça associado a um monstro burocrático no que tem de mais inofensivo e opressor no que tem de mais perverso, quando sua vida foi a de um matador de dragões dessa precisa natureza. Dito de outra forma, não tenho como condenar a permanência de alguma manifestação da igreja, mas não tenho como justificá-lo se você faz parte de uma.
Em janeiro de 1996 Walter Isaacson perguntou a Bill Gates a sua posição sobre espiritualidade e religião. Sua resposta entrará para os anais da infâmia – e não a dele. “Só em termos de alocação de recursos, a religião já não é coisa muito eficiente. Há muita coisa que eu poderia estar fazendo domingo de manhã”. Em resumo, o que dois mil anos de cristianismo institucional ensinaram ao homem mais antenado da terra é que religião é o que os cristãos fazem no domingo de manhã.
Só não ouse criticar o cara por sua visão rasa de espiritualidade. Fomos nós que demos essa impressão a ele, e só a nós cabe encontrar maneiras de provar que ele está errado.
Invente uma.

12 comentários:

Almir G. Pereira disse...

Após mais de 50 anos freqüentando uma única igreja me afastei, a pedido, pois não aguentava a hipocrisia e enrolação institucionalizada. Não conseguia ver a Jesus exercendo as mesmas funções que os pastores.

Percebi (e ainda me encontro em profunda reflexão e impotência), que as igrejas, mesmo as mais sérias, têm provocado um grande malefício ao Reino. Ao invés de promover o IDE, lutam pelo FIQUE! Pricipalmente quando as contribuições são polpudas.

Enquanto isto, almas são perdidas porque a pregação do Evangelho foi transformada em pregações de doutrinas de homens; onde conhecer e obedecer às igrejas se tornou mais importante que conhecer e obedecer a Jesus. Levar o Evangelho foi trocado por trazer as ofertas. O fim do Evangelho, que é a salvação da Humanidade, foi permutado pelo enchimento da bolsa.

Será que Jesus Cristo estaria identificado com qualquer igreja das que conhecemos hoje?
(Almir Gonçalves Pereira)

Tales Messias disse...

Prezado Almir, você está - infelizmente - muitíssimo correto. O cansaço com o ambiente institucionalizado é imenso. Em mim sobretudo. Nossa comunidade é um "grito" contra isso, na tentativa de uma vivência do evangelho de forma diferente. Deus nos dê saedoria e tenha misericórdia para caminharmos na contra-mão de tudo isso. Mas...repito...vc está correto. A religiosidade e a institucionalidade destruiu a mensagem do evangelho. Abraços, Tales

vitorsloureiro disse...

Sabe irmãos, a cada dia que passa tenho percebido o crecimento galopante do número de pessoas feridas por isso que chamamos de igreja. Mas, Deus seja lovado, pois seu Espírito tem chamado em muitos um lugares um povo que queira ser simplesmente discípulos de Jesus de Nazaré e só assim na simples decisão de sermos seus discípulos. E não seguidores de uma religião ou denominação encontramos o Cristo encarnado, morto e ressurreto.
As pessoas precisam saber disso que o necessário é só seguir Jesus, mas o Jesus do Evangelho.
Conte comigo nessa caminhada
Um forte abraço
Vitor
ps: gostaria de saber qual o local que vcs se encontram em sp?

fmguima disse...

Há coisas que sempre sentimos mas nunca fomos capazes de colocar em palavras. Parabéns!
Só lembrando de uma ideia simples de Pascal podemos entender o que está acontecendo. Isto é o reflexo da miséria humana dentro mesmo da igreja de Cristo, então só nos resta crer, e viver, na misericórdia de Deus.
Alavancado pelo IDE do Almir, eu diria que, antes do FIQUE, estamos mais para o VINDE! Principalmente se trouxerem "as contribuições poupudas".

Roberson disse...

Olá á todos.Cristianismo,o que é isso? é a pergunta que faço contantemente a mim mesmo;isso naturalmente quando reflito no surgimento desse sistema religioso deichado como herança a humanidade por Jesus e pelos apóstolos.
O que vemos hoje é uma aberração em todos os sentidos;ir a uma determinada denominação (principalmente as que aceitam o neo-pentecostalimo)é pior que ir ao shoping,ao cinema,ao bar da esquina,etc.
Até quando os que defendem as Escrituras, e repudiam as aberraçòes vão ficar de boca fechada.

nilson disse...

tale amigo me mande noticias numca mais nos falamos que saudade dos tempo de estudos no seminario.no su amigo nilson mossoro.

Anônimo disse...

tales sempre entro no seu blog vejo que voce e um pensador fico feliz pela sua conquista voce e o meu melhor amigo nunca me esqueci dos tempos que me ajudou que estudamos juntos. tales convalidei o curso de teologia na faculdade metodista de são paulo, e agora vou fazer o curso gestão em recursos humanos. fica com Deus. seu amico nilson.

EAMM disse...

Olá! Procurei o endereço da CCR aqui em São Paulo e encontrei um endereço que no Google Maps não existe: Avenida Antunes Filho, 145. Por favor, me informem o endereço correto aqui em São Paulo, com CEP. Grata, Eliana A. M. Moreira (elianaamm@gmail.com)

Paula disse...

Olá, também não consigo encontrar o endereço de vocês aqui em São Paulo, se puderem me enviar, agradeceria imensamente!
Obrigada
Paula Araujo (paraujo1981@gmail.com)

Leonardo Marinheiro disse...

Gostaria de confirmação do endereço da comunidade em Recife e o dia e horas da reunião. Sou de São Paulo e sei da CCR de lá.Estou em Recife até 27 de novembro e tenho desejo de levar um casal que precisa de ajuda.

Por favor, obrigado.

Alexon Gaspar, Pastor Batista disse...

Meu caro amigo, creio que o senhor fez muito bem em abandonar a "igreja institucional". Já que que você não era um adorador, mas um mero consumidor em suas palavras "dependente".
Um verdadeiro adorador não depende da igreja institucional para viver sua espiritualidade ele a vive e a pratica na escola, no trabalho, na roda de amingos, num parque etc. A igreja institucional é o lugar onde os santos se reunam em comunhão para celebrar ao unico Deus vivo e verdadeiro,prestando culto racional,vivo santo,e agradável a Deus. Se você não era capaz de praticar sua fé fora da "igreja" e por issodependia dela, repito, fez bem em sair. São pessoas assim que fazem um Bill Gates da vida achar que espiritualidade é só ir aos domingos para a igreja.
Quero lembrar ao senhor, que o achismo de quem estar fora do convívio da igreja e da comunhão dos santos nem sempre é a correta.Certa vez Jesus pergutou aos seus discipulos: "Quem diz o povo ser o filho do homem?" o povo achava muita coisa;uns diziam ele é isto outros aquilo. Só achismos. O Mestre então perguntou aos seus:"Mas vós[...]quem dizeis que eu sou?" Pedro respondeu: "Tu és o Cristo,o filho do Deus vivo." Mt16.13-15
Ninguém fora da igreja pode discernir as coisas espiritualmente, ne mesmo o mais antenado do mundo. O Bill Gates pensa sobe a igreja não conta, se é que ele disse alguma coisa.
Examinemos apssível resposta do "mais antenado"(pensando que ele é um filho de Deus), nãoteria dado essa resposta.E se respondesse como estar no teu comentário,eu diria que ele não passa de um consumidor da igreja,um dependente como muitos que dela se alimentam e não tem coragem de fazer como você.
Se algum dia você se arrepender e querer voltar,estaremos esperando.Até quando?Eu não sei,pois a vinda do Mestre não tem hora marcada.
Quanto ao que você citou de Leo Toltoi, a minha resposta será mais uma bíblica:"NÃO DEIXEMOS DE CONGREGAR-NOS COMO É COSTUME DE ALGUNS; ANTES,FASSAMOS ADMOESTAÇÕES E TANTO MAIS QUANTO VEDES QUE O DIA SE APROXIMA." Hb 10.25

Unknown disse...

Achei esse texto incrivelmente interessante... Voce expos com clareza o grande dilema da espiritualidade na atualidade!

A burocratização da igreja, não combina com a proposta bíblica altamente relacional, e espiritualidade realmente não se mede por "participação" em reuniões e programas...

A transformação da mentalidade e da cultura mundial, altamente consumista, e exigente, não encontra na maioria das igrejas um ensino e proposta satisfatórias.

Faço parte de uma comunidade que não representa para mim, uma relação de depêndencia e uso, muito menos no sentido alienatório como se fosse de um entorpecente estimulante, depressor ou alucionógeno.

Nesse ambiente cresci sendo estimulado à uma profunda renovação de minha consciência quanto ao papel da igreja na transformação social do país, e a importância de uma fé relacional. De encarar nossas fragilidades pessoais, e ter uma co-dependencia de amor como família da fé, e não uma dependencia institucional de paradigmas e dogmas.

Mas uma coisa me pergunto...
Dentro dessa problemática que você apresentou baseado no paradigma de que Igreja é instituição, é inevitável chegar as conclusoes que voce experienciou...

E a questão é, se a Igreja somos nós e não uma instituição, não é ela que está falhando, sou eu! É você! somos nós!

E muitas vezes como "típicos" brasileiros temos um tendência natutal a uma reflexão, criticista, ao invés de propor caminhos e mudanças.

Achei interessantíssimo a conclusão que voce chegou de ter uma rela~
ao apenas de consumo com a igreja, independente de algumas igrejas gerarem isso ou não, NÓS e não eles erramos. A culpa das tragédias provenientes do uso abusivo do alcool não é em si, culpa das cervejarias ou bares, mas de quem as consumiu...

A responsabilização é de nossa imaturidade de não perceber que essa relação apenas institucional é falha. E que "sair" da igreja, é fuga! Porque igreja não é um local geográfica, mas uma condição de relação com a família de Deus e uma condição de consciência e compromisso com um mundo melhor, logo como posso "sair" daquilo que sou?

Infelizmente somos lentos na percepção de nossa miopia espiritual, rápidos na condenação do astigmatismo dos outros e covardes no abandono do barco.

Os que enfim chegaram a essa linda percepção de que igreja não é ativismo e institucionalismo, demostram falta de compromisso com a igreja - que são as pessoas que se reunem, e podendo repartir com elas a consciencia, negamos a ela o que nos tinha sido negado, a oportunidade de reflexão sadia, do que realmente somos!

parabens pelo texto